quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Lema do Rotary para 2013 - 2014

 
 

Presidente eleito do Rotary International, Ron Burton, acaba de anunciar seu lema para 2013-14: "Viver Rotary, Transformar Vidas"
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 








domingo, 13 de janeiro de 2013

Precisa-se de voluntários

Numa reunião, referindo-se às iniciativas de seu setor de pastoral, alguém observou: “Trabalho não falta. O que faltam são voluntários”. Em pouco tempo, essa mesma constatação foi feita por membros de outras pastorais. Alguém, então, observou: “Alguns assumem muita coisa e se sobrecarregam, não porque o desejam, mas porque não há quem os ajude e os substitua”.
Sei que a falta de voluntários atinge não somente as pastorais da Igreja mas, também, organizações não-governamentais, clubes de serviço e associações civis. Voltando à reunião de que participei: tendo ouvido a observação de que faltam voluntários, minha imaginação “viajou”. Pensei: para solucionar o problema, poderia ser colocado, na frente das igrejas, um cartaz com um apelo: “Precisa-se de voluntários!” E, mais abaixo: “Qualidades exigidas: ter paixão por Jesus Cristo, amar a Igreja, ser disponível e generoso para com o próximo. Mais: não ter medo da Cruz, ser alegre e criativo; estar disposto a lutar contra a vaidade, ter espírito de comunhão e ser capaz de compreender as limitações dos outros”.
Não sei se essa idéia daria resultados práticos. Muitos não se animam com o “pagamento” feito aos voluntários no campo pastoral – “pagamento” que por sinal, é responsabilidade do Senhor da Messe. No seu Reino, quando alguém termina de fazer o que lhe foi dado fazer, não deve ficar esperando elogios ou recompensas. Segundo o próprio Senhor, terminado o trabalho, deve-se apenas dizer: “Somos simples servos; fizemos o que devíamos fazer” (Lc 17,9-10).
Dois mil anos atrás, passando ao longo do Mar da Galiléia, Jesus viu pescadores que puxavam a rede. Sem dar explicações ou qualquer garantia, convidou-os: “Segui-me, e eu farei de vós pescadores de homens” (Mc 1,17). Teriam aqueles rudes pescadores entendido as dimensões do que lhes era proposto? Certamente, não! E, no entanto, aceitaram o desafio, deixaram tudo “e puseram-se a seguir Jesus” (Mc 1,20). Tivessem se fechado em seu egoísmo, não passariam hoje de ilustres desconhecidos. Tendo se tornado apóstolos de Jesus Cristo, suas vidas influenciaram uma multidão de pessoas e passaram a ter dimensões que só na eternidade conheceremos.
Os voluntários, quer se empenhem individualmente, quer em grupos, associações ou organizações não-governamentais, representam, para muitos, a esperança. Sim, somente se pensarmos nas crianças pobres, nos idosos, doentes e pessoas de “vidas severinas”, seremos capazes de avaliar a importância de voluntários ao seu redor. Não se trata de satisfazer unicamente as necessidades materiais, como a fome, a sede, a saúde etc., mas de fazer com que o necessitado conheça, de maneira pessoal e direta, o significado e as benéficas consequências da palavra solidariedade.
O voluntário é uma testemunha do amor de Deus; é um Bom Samaritano, atento às necessidades dos irmãos que, sem alguma ajuda, permaneceriam prostrados à beira do caminho. Ele ouve, como que dirigida a si próprio, a advertência feita por Jesus no final da história contada a respeito do homem caído à beira do caminho, que vários ignoraram, mas que foi socorrido por um habitante da Samaria: “Vá e faz tu a mesma coisa!” (Lc 10,37).
“Precisa-se de voluntários!” Quando se trata de trabalhos pastorais, pode-se dizer isso de outra maneira – por exemplo, utilizando-se de palavras do Beato João Paulo II: “Todos os fiéis leigos devem oferecer à Igreja uma parte de seu tempo, vivendo com coerência a própria fé!” (RM, 74). Mas não é só a Igreja que precisa de voluntários: hospitais e creches governamentais, escolas públicas e associações sem fins lucrativos clamam pela presença de pessoas que doem algumas horas de sua semana para suprir as necessidades que se multiplicam. Aos que procurarem se justificar dizendo não ter jeito para tais trabalhos, poderá se responder: o amor desperta em nós a criatividade e nos torna capazes de fazer o que nunca julgaríamos ser capazes de enfrentar.
Então: você aceita o desafio de ser voluntário?…
 
Dom Murilo S.R. Krieger, scj
Arcebispo de São Salvador da Bahia, Primaz do Brasil